Grupos criminosos e desinformação pode agravar a insegurança do processo eleitoral joao perreiraO Director Executivo da Fundação MASC, João Pereira, fez este alerta durante a sua intervenção numa mesa-redonda realizada, sexta-feira ultima (14), na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, subordinada ao tema, “Desafios e riscos associados a realização de operações eleitorais no contexto do extremismo violento em Cabo Delgado”.


O evento, organizado pela Sala da Paz, em parceria com o Fórum das ONGs de Cabo Delgado (FOCADE) e o Midia lab, tinha dentre vários propósitos, identificar os riscos associados à realização de eleições no contexto de ocorrência de ataques armados, bem como conhecer o nível de preparo dos actores político-eleitorais para a realização de eleições em Cabo Delgado.

Na sua intervenção, Pereira reconheceu que a situação de segurança na província de Cabo Delgado melhorou bastante desde que o país começou a contar com o apoio das forças estrangeiras. No entanto, considera que os efeitos do conflito irão levar muito tempo para serem ultrapassados e as redes sociais podem contribuir negativamente para a minimização do problema.

“O grande problema é a questão dos fake news (notícias falsas)”, advertiu João Pereira, defendendo a necessidade de treinar grupos de jovens locais para que possam combater os efeitos de notícias falsas.
“Muitas acções de violências hoje não são resultantes de factos reais, mas de um facto fabricado nas redes sociais, que muitas vezes se tornam num combustível para uma revolução social”, advertiu.

Pereira mencionou também o risco de grupos criminosos que inclusive podem recorrer às redes sociais para difundir desinformação, sublinhando que esses grupos são mobilizados para lançar rumores que acabam por impedir muita população de se recensear.
“Para fazer face a estes riscos há necessidade de os órgãos de gestão eleitoral colaborarem com a sociedade civil, por forma a se capacitarem melhor a lidar com desinformação”, disse Pereira observando que a desinformação pode não apenas obstruir a realização de eleições, como também pode se tornar uma nova fonte de conflito.

Grupos criminosos e desinformação pode agravar a insegurança do processo eleitoral joao perreira 1O Director Executivo da Fundação MASC realçou também o risco de as forças estrangeiras serem aproveitadas pelos terroristas para promover discursos para legitimar as suas acções.
”Com base na revisão da literatura, em todos os países que estão em conflitos similares ao nosso, e que tenham tido reforço de forças externas, gerou-se mais violência”, alertou o acadêmico e acrescenta que “os grupos terroristas acabaram usando o discurso de que as tropas estrangeiras estão a invadir o nosso próprio território, a nossa soberania e poder de decisão”.

Neste contexto, Pereira defendeu a necessidade de as forças pro-governamentais reforçarem ainda mais a sua confiança e credibilidade junto das comunidades.
“A falta de credibilidade, pode viabilizar acusações de que estas forças são favoráveis a um determinado partido em relação aos demais, dificultando assim o seu trabalho de combate ao terrorismo”, disse ajuntando que a sociedade civil tem, igualmente, um papel importante a desempenhar.
“Como organizações da sociedade civil temos a obrigação moral e ética de trabalhar conjuntamente com todas as forças vivas da sociedade civil e do Estado para que nunca mais possamos passar pela violência neste país”, declarou João Pereira, que também defende o uso de ferramenta que possam guiar o comportamento dos eleitores, incluindo o código de conduta eleitoral.

O evento contou com apoio da Open Society Initiative for Southern Africa (OSISA) no âmbito a implementação do projecto Early Waning System (EWS) e da Embaixada dos Reino dos Países Baixos, no âmbito do programa IGUAL, no qual o IMD implementa o projecto Governação, Democracia e Eleições (GODEL).

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