A Academia Política da Mulher (APM), uma iniciativa do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), promoveu a formação de mulheres recém-eleitas à membros das Assembleias Autárquicas. As formandas que foram eleitas pelos partidos Frelimo, Renamo e MDM, aos municípios da Cidade de Maputo, Cidade da Matola e Boane, beneficiaram-se indução que inclui matérias sobre ferramentas de governação autárquica, comunicação e inclusão.
A formação, teve um carácter de indução, como principal objectivo contribuir para o aumento das habilidades e conhecimentos das mulheres candidatas a membros das Assembleias Autárquicas de forma que possam influenciar no processo de formulação de leis e políticas públicas sensíveis ao género.
“As mulheres eleitas para as Assembleias Autárquicas devem estar munidas de conhecimentos que as permitam ser mais activas e actuantes, adoptando uma governação inclusiva e participativa e considerar as opiniões trazidas pelas várias cores partidárias que compõem o órgão”, disse Lorena Mazive, Coordenadora de Programas do IMD.
Para a Coordenadora de Programas a inclusão de mulheres nas listas de candidatura e como cabeças de listas nos concorrentes eleitorais, embora continue incipiente, exemplo disso, foram as 6ªs Eleições Autárquicas, havidas em outubro findo, onde das 22 organizações políticas concorrentes dentre partidos políticos, grupos de cidadãos eleitores e coligações de partidos políticos, apenas 24 mulheres foram cabeças de lista contra 231 homens.
“Precisamos de ter mais mulheres que possam concorrer como cabeças de listas nas próximas eleições de 2024 e vozes mais activas nos partidos políticos”, disse Lorena Mazive acrescentado que os partidos políticos são mais fortes quando são inclusivos, lembrando que as mulheres são de tal forma importante que estas é que tem o maior poder mobilizador.
Mazive entende que esta potencialidade da mulher de mobilizar e convencer, se tornaria maior se houvesse união de esforços entre as mulheres sem olhar a cor partidária, porque acredita que os interesses são comuns sobretudo os políticos, económicos e sociais, onde estas defenderiam a adopção e implementação de uma Agenda Política Nacional da Mulher, e que tenha como principal bandeira a formação.
“Por isso entendemos que a contínua capacitação é o pilar fulcral para tornar as mulheres melhor engajadas na política, nos partidos e nas instituições politicas de governação ou eleitas onde estas estão representadas”, explica Mazive e sublinha que o IMD vai continuar a investir nas mulheres como contributo para a materialização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) no sentido de ter um mundo mais igual, inclusivo e onde nenhuma mulher esteja por detrás.
A capacitação as eleitas às Assembleias Autárquicas, versou sobre diversos temas, nomeadamente, visibilidade e comunicação: ferramentas de promoção da visibilidade e técnicas de expressão e comunicação, apresentado por Anabela Inguane, especialista em comunicação.
Segundo Inguane, não se pode fazer política sem comunicação, pois ajuda a discutir ideias diferentes a se chegar a uma conclusão. “A comunicação é a ferramenta essencial para fazer política e com ela damos a nossa visibilidade das acções que realizamos”, disse.
“A oralidade é mais importante que a escrita, dai a necessidade de apostarmos mais na oralidade política porque é com a palavra que podemos persuadir os nossos públicos”, disse Inguane acrescentado que a comunicação é também é fundamental que os políticos saibam cativar o público a acompanhar os seus discursos.
Ainda na formação foram aflorados temas como a influência das mulheres nas instituições de governação democrática: como torná-las mais actuantes num contexto patriarcal e sobre ferramentas de governação municipal no que concerne ao processo de planificação, orçamentação, métodos/mecanismos de inclusão do cidadão na governação.