Uma delegação, de mulheres e homens líderes pertencentes aos partidos MDM, RENAMO FRELIMO, Deputados da Assembleia da República e representantes de Organizações da Sociedade Civil, participam de 10 a 14 de Dezembro do corrente ano, na África do Sul, numa acção de troca de experiências.
A iniciativa, tem como principal objectivo reforçar as capacidades dos participantes, no âmbito da mobilização de recursos, reforço da capacidade de influência estratégica na política e estratégias para maior incremento da voz das mulheres nos partidos políticos e nas instituições de representação política.
Lorena Mazive, Coordenadora de Programas do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), referiu-se ao evento como sendo um contributo importante para o incremento de habilidades e conhecimentos dos líderes na política e que servirá de base para o fortalecimento dos partidos políticos e das ligas femininas e juvenis destes.
A Coordenadora de Programas, vincou que um dos maiores interesses da Academia Política da Mulher e congratula e facto dos participantes terem aderido é a permanente colaboração entre os actores políticos e a sociedade civil e entre os actores politico-partidário entre si. É bom saber que as mulheres das ligas femininas dos partidos políticos já interagem entre si mesmo sem a facilitação do IMD/APM. Isto representa um ganho indelével para a democracia e manifesta um resultado das sessões de diálogo promovidas pelo IMD/APM, disse Lorena Mazive.
Coube a Alta-Comissária de Moçambique na Africa do Sul, Maria Manuela dos Santos, conduzir a abertura oficial do intercâmbio entre mulheres moçambicanas e sul-africanas. Ao iniciar, dos Santos reconheceu o trabalho do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) no fortalecimento das capacidades dos partidos políticos e das Instituições Democráticas Eleitas. Ainda na sua intervenção, destacou a relevância da troca de experiências que tem lugar na quinzena dos Direitos Humanos e num contexto em que o país tem muitas mulheres sofrendo pelo conflito terrorista em Cabo Delgado.
Segundo oradora, Ms Mmabatho Ramagoshi, Membro da Direcção da Aliança Internacional de Mulheres e Presidente da Fundação Mmabatho para o Desenvolvimento de Mulheres, iniciou a sua intervenção defendendo que as Mulheres devem trabalhar juntas independente do partido político a qual pertencem. “Devemos estar unidas e acima de tudo ser vigilantes nas diferentes políticas para que alcancem as agendas das mulheres”. Ainda num outro desenvolvimento, Ramagoshi afirmou que os departamentos não sabem quais os reias problemas das comunidades, mas como parlamentares, estimulou as mulheres a conhecerem os reias problemas que as mulheres enfrentam no seu dia a dia. “Eu, como mulher, represento as mulheres e não o partido, onde não vejo benefícios para as mulheres eu não posso trabalhar devemos continuar a ser mulheres independente do partido que pertencemos”, afirmou.
A última intervenção da sessão foi proferida pela Directora Executiva do Centro de Justiça e Reconciliação, Professora Cheryl Hendrix que defendeu que o primeiro passo para igualdade de género começa com a melhoria da quantidade e qualidade da representação parlamentar. “Isto significa que se não tivermos mulheres nos órgãos de tomada de decisões, questões ligadas a mulheres em diversos sectores não serão tidas em conta.
Segundo Ana Rita Sithole, que é Presidente da Assembleia Parlamentar da OACPS, Co-Presidente da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-EU e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República, o IMD tem contribuído bastante para o crescimento do nível político da mulher, entretanto apesar de termos cada vez mais mulheres activas na política, ainda temos desafios ligados a falta de capacidade destas mulheres que as permita liderar lado a lado com os homens em qualquer nível. “Esta troca de experiências, promovida pela Academia Política da Mulher, iniciativa do IMD, serve para dar-nos mais conhecimentos de como ultrapassar os desafios que impedem a participação activa das mulheres nos cargos de liderança e na política no geral”, disse. Acrescentando, Sithole congratulou a presença de homens, apesar de ser uma iniciativa com foco na promoção do envolvimento das mulheres, entende que os homens também são actores importantes no processo de envolvimento.
Durante a sua estadia na Africa do Sul, a delegação moçambicana vai visitar instituições de representação política em Pretória e organizações da sociedade civil que trabalham para o engajamento socio-político das mulheres para trocar informações sobre liderança para ampliação do espaço político.
Com a reunião das mulheres e homens líderes moçambicanos e sul-africanos espera-se que haja promoção de uma maior interação entre mulheres de diferentes contextos político-jurídicos e culturais, contribuir para melhorar a interação entre a sociedade civil e os intervenientes políticos, bem como contribuir para melhorar a interação entre dirigentes masculinos e femininos de diferentes partidos políticos com representação parlamentar e incentivar a discussão de questões políticas entre as mulheres, para além de expôr programas sobre Liderança Feminina, Empoderamento e Desenvolvimento político e económico e sobre Paz e Segurança numa perspetiva de género.
Acredita-se que as mulheres que ocupam cargos de liderança na política são actores importantes e incontornáveis na influência de processos e procedimentos, bem como na produção de normas jurídicas que protejam e garantam os direitos humanos, particularmente os das mulheres. Por esta razão, tem o poder de defender a melhoria da implementação dos direitos cívicos e políticos das mulheres, como parte dos esforços para eliminar o tratamento cruel e desumano contra este grupo, com ênfase em ambientes de conflito.
O evento é realizado no âmbito da implementação do Programa Power of Diálogue (PoD), financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino dos Países Baixos, através do Netherland Institute for Multiparty Democracy (NIMD).