O Director Executivo do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), Hermenegildo Mulhovo, exortou esta quinta-feira (31) aos jovens de diversas organizações sociais e políticas nacionais a se empenharem cada vez mais para que a sua participação no diálogo nacional inclusivo seja uma alavanca para a construção de um país mais harmónico e inclusivo que todos queremos.
Esta exortação surge no âmbito da mesa redonda sobre Juventude, prioridades e compromisso político para um diálogo nacional inclusivo, destacando a necessidade singular de que o acordo deve ser inclusivo porque todos nós somos chamados a participar.
“Há um conjunto de consultas que se espera fazer e que todos os seguimentos devem lá estar e, dos jovens que são matéria-prima fundamental da criatividade e do lado futurista, temos expectativas da sua inclusão e da sua participação neste Processo”, disse Mulhovo ajuntando que por isso deve esta camada social se fazer ouvir em todos os fóruns decisórios mediante a sua participação activa.
Para o Director Executivo do IMD, esta mesa redonda visa, dentre outros aspectos, oferecer uma plataforma de comunicação e diálogo entre os jovens nacionais e a Comissão Técnica para o diálogo nacional inclusivo (COTE) “porque há uma necessidade destes estarem inclusos”.
Mulhovo entende que os jovens devem criar estratégicas para viabilizar a sua participação no diálogo e elaborar planos de acção concreta na discussão de assuntos da Nação.
Por fim, Mulhovo deixou ficar que este encontro deve sevir de base para que os jovens tenham uma percepção geral do que se vai fazer no presente e ao longo dos dois anos do diálogo inclusivo.
Por sua vez, Francisca Noronha, da Associação Moçambicana de Jovens pela Igualdade de género e Educação (AMJGE) sublinhou que o diálogo inclusivo não é pertinente por apenas sermos jovens, mas pela complexidade e diversidade que ele encerra, bem como das expectativas que os jovens, a todos os níveis, têm para construir o país e poder participar do diálogo.
“Somos uma geração que não tem desculpas sobre os seus direitos, porque não é um favor, porque são os nossos direitos, sobretudo para dialogar, para não ter um país instável, disse ela.
Segundo ela, a pertinência do encontro é de que seja um momento histórico e de oportunidade única para conversar sobre a nação e não poder ter mais desculpas sobretudo esses aspectos importantes do diálogo inclusivo.
Para Noronha, a agenda da juventude está a ser ainda elaborada pelas organizações da sociedade civil e tem a chancela do Ministério da Juventude e Desporto, esperando que esta reflita as necessidades e aspirações dos jovens.
“O futuro que os jovens querem é dignidade e diálogo. É importante que se apresse esse diálogo e consensos porque a harmonia na política é a base do desenvolvimento económico do país, finalizou ela.
A Embaixadora do Reino dos Países Baixos, Elsbeth Akkerman, disse que o seu país acredita no potencial da juventude, por isso que tem investido em programas de apoio a jovens empreendedores em Moçambique, bem como, aposta no programa Embaixador por um dia, envolvendo jovens moçambicanos.
Para a diplomata, Moçambique só pode avançar quando conseguir capitalizar e maximizar o seu potencial humano independente de origens, devendo abrir espaços para que estas potencialidades possam participar e trabalhar em prol do desenvolvimento na nação.
Neste sentido, a Embaixadora encorajou ao Governo moçambicano a criar mecanismos e plataformas de inclusão dos jovens na mesa de tomada de decisões, tendo em conta que estes são o presente e o futuro da nação e cujas potencialidades não dever ser desperdiçadas.
“Esta medida implica, igualmente, que o diálogo nacional seja aberto para que os jovens possam contribuir para trazer resultados palpáveis para o país”, disse finalizando a Embaixadora do Reino dos Países Baixos.
Governo defende diálogo inclusivo como “imperativo estratégico para a paz”
O Ministro moçambicano da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, disse, na referida mesa-redonda que o diálogo inclusivo é um imperativo estratégico para a paz, coesão social e progresso sustentável.De acordo com Caifadine, este processo envolve uma estrutura participativa composta pelo governo, Assembleia da República, Sociedade Civil, partidos políticos, sector privado, parceiros de cooperação e de forma transversal a juventude, “que ocupa uma posição central, visível, porquanto protagonista activo do processo de construção da nação e beneficiária das políticas públicas.
“Num momento particular em que Moçambique avança para a consolidação da sua democracia e na promoção da coesão social, encontros como este, reforçam a confiança entre os actores políticos, a sociedade civil, os jovens e as instituições públicas, promovendo um ambiente de participação activa e responsabilização partilhada, sublinhou o Governante.
Segundo aquele membro do executivo moçambicano, o Governo tem promovido políticas e programas que criam condições reais para que a juventude se envolva, influencie e lidere processos de transformação, com foco especial nos que mais precisam, nas zonas rurais, nas periférias, nas comunidades mais distantes, mas cheias de potencial, como por exemplo: a expansão da formação profissional, o acredita emprego, o prémio jovem criativo, estágios profissionais, destinando também 60% dos recursos do fundo de desenvolvimento económico de projetos (FDEI) focando em mulheres e empregos locais, entre outros.
Segundo Caifadine, o Executivo enfatiza a importância dos valores éticos e morais como pilares fundamentais de uma sociedade, alertando que uma juventude sem valores sólidos se torna vulnerável.
Com efeito, o Ministro da Juventude e Desportos apelou para que a juventude se una ao Estado neste desafio de formar uma geração não só capaz, mas também integra, humana e comprometida com o bem comum, expressando também a confiança de que, com espírito de criatividade e vontade, a juventude Moçambique caminhará unido, firme e em paz rumo ao progresso. (IMD) www.imd.org.mz