O Coordenador de Programas do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), Osman Cossing, defende a importância da participação informada e activa das Organizações da Sociedade Civil (OSC) no recém-lançado processo do Diálogo Nacional Inclusivo, considerado uma oportunidade histórica para a construção de reformas genuínas e de consenso nacional.
Cossing manifestou este posicionamento durante a sua intervenção na abertura da mesa redonda sobre “Participação da sociedade civil no compromisso político para paz e reformas”, que teve lugar nesta terça-feira, 16 de setembro, na cidade de Nampula. “O actual momento político do Diálogo Nacional Inclusivo representa uma oportunidade importante para as OSC fazerem advocacia em prol de reformas que realmente respondam aos anseios dos cidadãos moçambicanos”, disse Cossing, lembrando que o diálogo nacional inclusivo surge de um contexto de eleições fortemente questionadas quanto à sua integridade e de um período pós-eleitoral delicado.
Cossing destacou que, apesar do acordo político de 5 de março ter aberto caminho para reformas estruturais, o processo de diálogo deve ser técnico, inclusivo e participativo, e não meramente guiado pela lógica partidária. “É fundamental que as OSC conheçam o contexto da criação da COTE, compreendam as dez componentes das futuras reformas e garantam que as vozes de mulheres, jovens, pessoas com deficiência e outros grupos marginalizados sejam escutadas”, acrescentou.
O Coordenador de Programas do IMD revelou que encontros semelhantes já foram realizados em Maputo com a participação da liderança da COTE e que, em parceria com a Fundação MASC, a iniciativa será levada às províncias da Zambézia, Cabo Delgado e Niassa. “Lançamos aqui o apelo para que outras OSC, programas e projectos se juntem a esta iniciativa, de modo que o debate chegue a mais províncias e envolva mais cidadãos”.
A iniciativa é organizada pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) em parceria com a Fundação MASC, no âmbito da iniciativa Escolas para Democracia, no contexto do do programa PROCIVICOS financido pela Embaixada da Finlândia em Moçambique, em sinergias com o projecto ProPaz – Cultura para Promoção da Paz, Reconciliação e Coesão Social, financiado pela União Europeia.
