O Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) organizou, em Agosto de 2018, um debate entre os partidos políticos e sociedade civil, como forma de permitir que sejam elaborados manifestos que respondem às reais necessidades dos cidadãos nas eleições autárquicas de 2018 e gerais de 2019.
“Queremos garantir que os partidos políticos se tornem cada vez mais programáticos e com manifestos de melhor qualidade para responder as necessidades dos cidadãos”, esclareceu Hermenegildo Mulhovo, director executivo do IMD sobre os objectivos do evento, perante 75 participantes.
Diferentes oradores do debate realçaram a importância de serem elaborados manifestos que procuram reflectir as necessidades específicas de cada comunidade. “É aconselhável que os manifestos sejam curtos e com linguagem acessível, concisa, apelativa e persuasiva, por forma a serem sérios e interessantes ao mesmo tempo”, disse Salomão Moyana, um dos oradores, acrescentando a importância de comunicação na elaboração e apresentação de manifestos.
Os representantes de organizações de sociedade civil apresentaram as suas expectativas sobre o que devia ser tido em conta na elaboração dos manifestos eleitorais. “Quando ganharem as eleições, os partidos políticos devem incluir mais jovens nos cargos governativos” disse a representante do Parlamento Juvenil.
A representante da Rede da Criança realçou a necessidade de ser tida em conta a necessidades de protecção e segurança das crianças nos manifestos, apesar de elas não serem eleitoras. Esta posição foi reforçada por um representante do Parlamento Infantil, que foi mais específico. “Deve-se investir no transporte público escolar e criar-se mais espaços para que as crianças expressem as suas preocupações de forma directa aos dirigentes”, disse.
Representantes de mulheres e de idosos também intervieram no debate reclamando pela sua inclusão. “Apesar dos avanços significativos que o país regista na inclusão da mulher na Assembleia da República, ainda há muitos desafios em níveis inferiores” lamentou a representante do Fórum Mulher.
Os partidos políticos presentes, reconheceram a legitimidade das contribuições e reivindicações dadas pela sociedade civil e fizeram apelos para que diferentes grupos sociais se aproximem cada vez mais aos partidos de modo a contribuir melhor. “Os jovens não devem apenas criticar os partidos políticos, devem aderi-los voluntariamente de tal forma que o seu desempenho dentro deles lhes permita ascender a cargos de chefia”, disse o representante da Renamo.