No debate virtual sobre o Papel das Lideranças Juvenis no contexto de Estado de Emergência devido à Covid-19”, diversos líderes juvenis comprometerem-se em contribuir para a disseminação de informações e acções que sirvam para a maior sensibilização e envolvimento dos jovens na observação de medidas contra a propagação da Covid-19.
Em representação da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), José Fole, avançou algumas acções que a agremiação esta a implementar no âmbito da prevenção da Covid-19, tendo no entanto reconhecido que ainda assim, persiste, por parte de alguns jovens, resistência sobre o cumprimento das medidas, justificando que o facto se deve em parte por negligência e por outra por influência dos hábitos culturais que dificultam a percepção dos reais perigos desta pandemia.
“A maior parte da população está a acatar com as recomendações. No geral há preocupação das pessoas para prevenção, contudo há necessidade de intensificarmos cada vez mais a disseminação da informação para podermos dissipar os círculos de resistência”, disse Fole para quem o seu maior receio era para com as zonas recônditas e onde estão a decorrer alguns conflitos, em Cabo Delgado, daí a necessidade de se usar meios para que a informação chegue sem dificuldades.
Por sua vez, em representação do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Renato Muelega, criticou a actuação da Polícia que segundo ele tem usado dois pesos e duas medidas quanto a exigência do cumprimento das medidas de prevenção da Covid-19.
“Somos de entendimento de que o governo não pode se distrair da sua missão de proteger o povo e garantir o cumprimento das normas por si emanadas”, disse Renato, sublinhando a necessidade de maior interacção entre todos os segmentos sociais para que haja uma actuação clara e objectiva no combate a propagação da Covid-19".
Em representação do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Job Fazenda, disse que a resistência de alguns jovens no cumprimento das medidas não acontece apenas em Moçambique, mas também se verifica nos países considerados do primeiro mundo.
“O nosso maior trabalho como CNJ é de continuar a sensibilizar mais jovens para que acatem as medidas para salvaguardarem não somente a sua saúde, mas também das suas famílias”, disse ajuntando que vários jovens filiados ao CNJ estão a participar na divulgação das informações de prevenção da Covid-19 e para a observância das medidas de Estado de Emergência.
Fazenda comprometeu-se a continuar a difundir mais as informações nos jovens e a incentivar a fortificar cada vez mais a sua imunidade mediante a melhoria de sua dieta entre várias acções que ajudam na prevenção da propagação da Covid-19.
David Fardo, do Parlamento Juvenil destacou a necessidade de se descentralizar as campanhas de sensibilização e dos partidos se despirem das cores partidárias na luta contra a pandemia.
Segundo ele os jovens já são agentes da mudança e é preciso se usar este potencial para coisas positivas. Chamou atenção para o caso de muitos jovens que se expõem devido a necessidade de suto-sustento e de se delinearem acções pós-covid.
Lucília de Fátima da Associação Kubatsira, exortou necessidade de se levar acabo acções que visem apoiar sobretudo aos grupos vulneráveis e de risco com materiais de higiene e de protecção como é o caso de sabão e mascaras.
“Entendemos que não basta a disseminação de informação, é preciso a medida do possível mobilizarmos recursos para apoiarmos os mais desfavorecidos e vulneráveis, como são os casos de meninos e meninas de rua que não tem capacidade de adquirir nem água, nem sabão muito menos mascaras de protecção”, disse de Fátima.
Por sua vez, Emerson Ubisse, do Conselho Cristão de Moçambique (CCM), em Cabo Delgado, destacou que a necessidade de se considerar a particularidade de cada local, pois, segundo referiu, devido aos ataques dos insurgentes, em algumas regiões de Cabo Delgado é quase impossível a observância das medidas de prevenção.
Os jovens vincaram ainda a necessidade de se aprender a partir desta pandemia, sobre que políticas devem ser traçadas para os jovens no que tange a questões como emprego, educação, saúde, e sobretudo de comunicação e disseminação de informação para que no futuro o país possa dar uma resposta adequada a problemas deste género.
O debate sobre Papel das Lideranças Juvenis no contexto de Estado de Emergência devido à Covid-19” foi promovido pela Secretaria do Estado para a Juventude e Emprego em coordenação com o Instituto para a democracia Multipartidária (IMD) e teve como base um relatório de monitoria da implementação das medidas do Estado de Emergência. O documento mostra que, caso não se observem as medidas de prevenção, os jovens correm o risco de se tornar o maior meio de propagação da doença, mas também serão os mais afectados no mercado de emprego e na formação académica.