WhatsApp Image 2024 06 04 at 09.32.11 2O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), em parceria com a Provedoria da Justiça e a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), procedeu na última quinta-feira (30), em Pemba, Cabo Delgado, ao lançamento de um Programa que visa contribuir para a promoção, salvaguarda e protecção dos direitos humanos das mulheres e da rapariga em situação de conflito em Cabo Delgado e Nampula.

Com a designação “Promovendo o Acesso à Justiça”, o Programa tem como principal objectivo melhorar o acesso aos serviços de justiça para mulheres e raparigas deslocadas, restaurar a confiança nas instituições públicas de justiça e segurança e torná-las mais sensíveis a abordagens de género.

De acordo com o Director Executivo do IMD, Hermenegildo Mulhovo, o acesso à justiça para mulheres e raparigas, em Cabo Delgado, especialmente àquelas em situação de vulnerabilidade devido ao extremismo violento é um desafio de direitos humanos que exige, não somente a preocupação de nível local, mas também a atenção e acção imediata de todos os actores sociais, políticos, governamentais, entidades diplomáticas, religiosas entre outros.

WhatsApp Image 2024 06 04 at 09.32.11 1“Nos últimos anos, Cabo Delgado tem enfrentado uma série de crises, que incluem o extremismo violento, que exacerbou a vulnerabilidade de muitas mulheres e raparigas. Estas mulheres enfrentam severas privações de direitos e violação constante das suas liberdades e garantias fundamentais. São frequentemente deslocadas, sofrem violência física e sexual, e têm acesso limitado à serviços básicos, incluindo saúde e educação”, observou Mulhovo, para quem o papel das instituições do Estado que promovem e protegem os direitos humanos é vital e imprescindível.

Para o Director Executivo do IMD, as Instituições como a Provedoria de Justiça e a Comissão Nacional de Direitos Humanos desempenham uma função crucial na defesa dos direitos de grupos mais vulneráveis e, “mediante esforços conjuntos, estas instituições podem garantir que a justiça seja acessível a todos, especialmente às mulheres e raparigas.”.

“A colaboração com a sociedade civil também é de suma importância. Organizações não-governamentais, grupos comunitários e activistas têm um papel insubstituível na identificação de violações de direitos e na advocacia por mudanças tangíveis”, disse Mulhovo reforçando que trabalhando em conjunto, podemos criar um sistema mais inclusivo, equitativo e justo, onde todos têm a oportunidade de viver com dignidade e segurança.

WhatsApp Image 2024 06 04 at 09.32.10Por sua vez, o Provedor de Justiça, Isac Chande, entende que o Programa “Promovendo o Acesso à Justiça” configura uma iniciativa focada na promoção e defesa dos direitos das mulheres e raparigas, por este ser o grupo social mais atingido pelas barbaridades dos grupos armados que actuam sobretudo na Província de Cabo Delgado.

“Com efeito, decorrentes das incursões barbaras dos insurgentes, as mulheres e raparigas desta parcela do Pais, têm sido submetidas a uma violência brutal, incluindo abusos sexuais, agressão a sua integridade física e psicológica, sendo obrigadas a deixar as suas vilas e aldeias ancestrais a procura de locais mais seguros, deixando para atrás, o seu acervo cultural e os recursos indispensáveis para a sua sobrevivência”, disse Chande.

WhatsApp Image 2024 06 04 at 09.32.11Para o Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos, Albachir Macassar, a intensidade da violência é tal, que deixa marcas profundas nas suas vítimas, havendo, por isso, a necessidade de todas as forças vivas da sociedade, se juntarem aos esforços do Governo para que se devolva a estes concidadãos, a esperança de um futuro de paz, isento de barbaridades.

Segundo Macassar, foi com o objectivo de lutar para a garantia dos direitos e liberdades das mulheres e raparigas que foi criado o presente Programa que, acreditamos fará toda a diferença onde será implementado.

“Na implementação do Programa não pouparemos esforços para a plena promoção e protecção das mulheres e raparigas. Para tal, contamos com o apoio de todas as instituições públicas e privadas relevantes para os propósitos do Programa “Promovendo o Acesso a Justiça”, disse sublinhando que como instituição compromete-se a actuar de forma activa e assertiva para a efectiva implementação do Programa ora lançado.

WhatsApp Image 2024 06 04 at 09.32.10 1Na ocasião, e falando sobre o tema “situação dos direitos humanos e acesso a justiça em Cabo delgado no contexto de extremismo violento”, o académico moçambicano e docente universitário, Paulino Jone, disse que o sistema de administração da justiça, em Moçambique, contínua caracterizado por “uma série de dificuldades para o alcance do nível desejado, principalmente nas zonas em conflitos na província de Cabo Delgado.

Estas dificuldades, segundo o académico, são motivadas por vários factores dos quais, a inacessibilidade de todos sistema, para além de que este deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos.

“O acesso a justiça está longe de ser alçandado e longe do nível desejado devidos a burocracia e falta de aperfeiçoamento de todo o sistema judiciário; falta de comunicação entre as instituições de administração da justiça”, disse Jone acrescentando que para fazer face a esta realidade há necessidade de haver maior aproximação das instituições de justiça aos cidadãos através do chamado justiça etinerante.

Participaram do lançamento do Programa “Promovendo o Acesso à Justiça” diversas personalidades provenientes do governo provincial, corpo diplomático, académicos bem como organizações da sociedade civil, sediadas em Cabo Delgado, religiosos e jornalistas.

Lançado o programa que vai possibilitar maior acesso à justiça

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