WhatsApp Image 2025 06 03 at 14.17.40O Diretor Executivo do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), Hermenegildo Mulhovo, defendeu esta terça-feira, 3 de Junho, que a sociedade civil moçambicana deve encontrar formas criativas e proativas de participar no processo de diálogo nacional inclusivo, em curso no país. Falando durante as notas de encerramento da mesa-redonda organizada pelo IMD e pela Fundação MASC, sob o tema “Participação da sociedade civil no compromisso político para um diálogo nacional inclusivo: maximizando oportunidades, harmonizando estratégias e potenciais sinergias”, Mulhovo destacou que o sucesso do processo depende do envolvimento consciente e estratégico de todos os setores da sociedade.

“Temos que nos reinventar. Não vale a pena esperarmos para sermos envolvidos. Temos que ser proativos, porque este processo de diálogo é nosso. É de todos nós”, afirmou Mulhovo, sublinhando que, além das formas de participação formalmente previstas, como a representação de três membros da sociedade civil na Comissão Técnica de Organização do Encontro Nacional sobre o Diálogo Inclusivo (COTE), há outras oportunidades que devem ser exploradas com criatividade e responsabilidade.

Segundo Mulhovo, os grupos de trabalho e as sessões de consulta ao nível distrital são espaços importantes onde a sociedade civil pode e deve marcar presença. “Temos que garantir que estamos lá de forma organizada. A oportunidade abriu-se e temos que fazer funcionar. Porque se não fizermos funcionar, vamos ficar a reclamar”, alertou.

O Diretor Executivo do IMD reconheceu que o processo não atenderá a todas as expectativas da sociedade civil, mas considera que “em algum sítio estaremos” e que a presença ativa e coordenada pode fazer a diferença. “Nós, o IMD e a Fundação MASC, acreditamos que é possível fazermos a diferença e pressionar. Aliás, este processo surge em resultado de pressão. Foi preciso que pessoas saíssem à rua”, relembrou, frisando a origem popular da iniciativa.

Mulhovo destacou ainda que, pela primeira vez, Moçambique vive um processo de diálogo com abertura além dos dois principais partidos políticos. “Antes estávamos acostumados a reformas que vinham apenas de dois partidos. Agora está mais aberto e por isso reconhece-se a presença da sociedade civil. Todos temos responsabilidades como organizações e como pessoas”, reiterou.

O IMD e a Fundação MASC comprometeram-se a acompanhar de perto o processo ao longo dos dois anos de implementação. Entre as ações previstas está a elaboração de um guião de participação, com orientações práticas e acesso aos documentos-chave, como o acordo político e o decreto que cria a comissão técnica. Este guião será amplamente divulgado em todo o país, com o objetivo de apoiar as organizações da sociedade civil a participarem de forma substancial e informada.

Mulhovo também apelou ao abandono de atitudes de desconfiança internas que, segundo ele, têm minado a capacidade de atuação conjunta. “Vamos talvez colocar as nossas intrigas de lado. Às vezes perdemos oportunidades porque olhamos com desconfiança. Está nas instituições e até dentro da sociedade civil. Mas, por enquanto, vamos esquecer um bocado tudo isso e maximizar essa energia que está aqui e a diversidade de opiniões que estão aqui representadas”, exortou.

Concluindo a sua intervenção, o dirigente deixou um alerta: “Os políticos são muito espertos e conseguem nos manipular. Se não estivermos atentos e organizados, eles farão tudo o que quiserem”.

A mesa redonda que reuniu representantes de organizações da sociedade civil, parceiros de cooperação e especialistas em governação, teve como objetivo refletir sobre estratégias para assegurar uma participação mais ampla e eficaz no processo de diálogo nacional, promovido como resposta à crescente exigência popular por inclusão e reformas estruturais.

O evento é co-organizado pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) e pelo Fundação MASC, através dos programas Pro-Paz, financiado pela União Europeia em Moçambique, e Pro-Cívico e Direitos Humanos , financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, por meio da sua Embaixada da Finlândia Maputo - Suomen suurlähetystö Maputo.

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