A Gestora da Academia Política da Mulher (APM), Elisa Muianga, defendeu, esta quarta-feira, em Maputo, que um dos maiores desafios do Gabinete da Mulher Parlamentar, nesta IXa Legislatura, prende-se, fundamentalmente, com a necessidade de prosseguir com acções de modo a aprimorar a qualidade de intervenções das deputadas eleitas em prol da defesa dos direitos humanos das mulheres no País.
Falando, sobre o tema “ Participação Politica da Mulher”, no 1º Fórum do Gabinete da Mulher Parlamentar, Muianga sublinhou que ser necessário que as deputadas sejam pioneiras na sensibilização e influencia na adopção de políticas estratégicas para a equidade e igualdade de género em todas as áreas da vida do país no âmbito dos objectivos do desenvolvimento sustentável que preconizam a necessidade de se atingir 50/50 entre homens e mulheres até 2030.
“Queremos reconhecer o bom trabalho realizado na legislatura passada onde foram aprovados importantes leis como são os casos da Lei contra as Uniões Prematuras, a revisão da Lei da Família e a Lei de sucessões”, disse Muianga sustentando que estes dispositivos contribuem para a protecção da mulher, contudo há uma necessidade de se estimular a aprovação das leis ligadas a área politica e económica e estimular a participação da mulher nos órgãos eleitorais.
A Gestora, desafiou, na ocasião, às deputadas eleitas e membros do Fórum da Mulher Parlamentar a adoptarem estratégias que estimulem as lideranças dos seus partidos políticos sobre a sensibilidade de género e a influenciarem para que leis ligadas a indústria extractiva e outras do sector económico assegurem a presença de mulheres para que tenha benefícios e sejam empoderadas economicamente.
“É nosso entendimento que o Gabinete da Mulher Parlamentar, na qualidade de representante dos interesses da mulher a nível parlamentar tem um papel fundamental no estimulo do debate sobre questões ligados ao processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reconciliação em curso no país”, sublinhou Muianga para quem e preciso sensibilizar as lideranças politicas para a aprovação de leis que protejam as pessoas com as necessidades especificas para a sua maior e melhor protecção.
No âmbito de estimula das lideranças para a participação política das mulheres nos diferentes órgãos eleitos, Muianga, encorajou as mulheres a intervirem contribuindo com suas ideias, mesmo que tenham que esse expressar nas suas línguas nacionais.
“A inclusão não tem de ser reclamada, mas sim estimulada”, disse enaltecendo o incremento das mulheres no parlamento nesta legislatura que segundo a classificação da Inter-Parlamentary Union (IPU) e da UN WOMAN, com esta subida para mais de 40 porcento de mulheres no parlamento, Moçambique passa para o segundo grupo de países ( Mexico, Suecia, Finlandia, Noruega, Africa do Sul) com maior presença de mulheres no parlamento a nível mundial. Os paises líderes são os que têm mais de 50% (Cuba, Ruanda e Bolivia).
Elisa Muianga reiterou a disponibilidade da Academia Politica da Mulher, iniciativa do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) para a promoção da mulher, em continuar a apoiar as acções desenvolvidas pelo Gabinete da Mulher Parlamentar com vista ao empoderamento da cada vez mais da mulher na redução da desigualdade que ainda persiste nos circulos de tomada de decisão.
O 1º Fórum do Gabinete da Mulher Parlamentar tinha, dentre vários, objectivos apreciar a aprovar o programa do quinquenal e anual de actividades deste Gabinete que conta actualmente com 107 membros provenientes Bancadas parlamentares da Frelimo e Renamo. O encontro contou com apoio técnico e financeiro do IMD.