Por ocasião da passagem do Dia Internacional da Juventude que se celebra sob o lema “Dos cliques ao progresso: percursos digitais dos jovens para o desenvolvimento sustentável”, o Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), através da Academia Democrática da Juventude (ADJ), entende que é urgente a adopção de políticas públicas mais inclusivas e que tenham em conta as preocupações específicas deste grupo etário.
A data é celebrada num momento em que a população jovem em Moçambique (pessoas com idade compreendida entre 15 e 35 anos) correspondem a aproximadamente um terço da população total do país.
O facto desta camada populacional perfazer cerca de 34% impõe pressão sobre as instituições públicas, tanto pela necessidade de assegurar que suas expectativas sejam satisfeitas, assim como pela ânsia dessa faixa etária em contribuir e participar dos processos políticos e sociais. A provisão de serviços essenciais em prol do seu desenvolvimento como é o caso de educação, saúde e acesso ao emprego, a internet, constitui um dos grandes desafios de país, devido a sua estrutura jovem.
Dados INE referem que em 2017 cerca de um terço (aproximadamente 3 milhões) de jovens estavam em situação de NEET (não estavam empregados nem a estudar ou em algum tipo de formação profissional). Em relação ao acesso a internet os dados mostram que em Moçambique apenas 13% dos jovens (16% dos do sexo masculino e 10% dos do sexo feminino) usaram a internet.
Este retrato sugere que existe um segmento de jovens com potencial que não tem sido devidamente explorado através de realização de investimentos em prol da sua educação, formação e enquadramento profissional. Por isso, a necessidade de políticas públicas mais consentâneas a este grupo.
Para superar os desafios, recomenda-se à alguns actores para que tomem medidas práticas para a mudança do actual cenário. Assim, apela-se a que Instituições Públicas e Privadas criem e implementem políticas inclusivas que promovam o acesso dos jovens à educação de qualidade, formação profissional e oportunidades de emprego digno. Quanto a sociedade civil, a continuação e intensificação de acções para capacitar jovens de ambos os sexos, equipando-os com as ferramentas necessárias para se tornarem agentes activos de mudança em suas comunidades e nas instituições onde estejam representados. Relativamente a juventude, recomenda-se a que se envolva cada vez mais e criticamente nos processos de tomada de decisão, reivindicando os seus direitos e assumindo um papel de liderança na agenda que lhes diz respeito. Por último, apela-se a comunidade internacional a manter, por um lado, e por outro, a incrementar o apoio aos programas e iniciativas que promovam o maior envolvimento dos jovens, na Governação, Democracia e Eleições.
Numa altura em que se avança rumo a realização de eleições gerais e provinciais de 2024, os diferentes proponentes devem demonstrar um compromisso firme com políticas inclusivas que garantam direitos e oportunidades iguais para todos os jovens, Isso inclui a promoção de acções contra a discriminação e o apoio a programas que atendam a jovens em situação de vulnerabilidade. Ainda, reiteramos os apelos para desencorajar actos referentes a má utilização e instrumentalização da juventude em processos eleitorais e políticos.