MG 9707O Director Executivo do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), Hermenegildo Mulhovo, defende que a construção da Paz em Moçambique, exige um conjunto de esforços estruturais e concertados que vão além de soluções imediatas. Estas ações, segundo explica, devem ser levadas a cabo por uma diversidade de actores, incluindo as igrejas.

Esta posição foi manifestada nesta sexta-feira, 4 de outubro, em Maputo, durante o seu discurso na sessão de abertura do Simpósio em Comemoração dos 32 anos da Assinatura do Acordo Geral de Paz, com o lema “Confissões religiosas unidas na construção de uma Cultura de Paz em Moçambique”.

“Precisamos de um compromisso contínuo, onde o diálogo seja consolidado como uma cultura na resolução dos problemas dos moçambicanos”, declarou Mulhovo, para quem as confissões religiosas têm um papel crucial neste processo, pois a fé e os valores morais que promovemos são pilares para a reconciliação.

“Devemos unir nossas vozes e esforços para assegurar que a convivência pacífica e a tolerância prevaleçam em cada canto do país, criando um ambiente onde todos se sintam parte da solução”, acrescentou o Director Executivo do IMD.

 MG 9662Na ocasião, Hermenegildo Mulhovo mostrou-se preocupado com a situação de conflito armado na província de Cabo Delgado, uma situação que “desafia os valores de paz e harmonia” e apelou ao aprimoramento dos mecanismos de diálogo parte do Governo em todos os seus esforços tendentes à busca pela Paz. Segundo ele, o diálogo é uma ferramenta fundamental na pacificação. “Este diálogo deve envolver as comunidades e lideranças religiosas, para garantir que a paz seja construída de forma inclusiva e sustentável”.

Mulhovo aproveitou a ocasião para manifestar o desejo de que o processo eleitoral em curso no país, sirva como uma ferramenta para o reforço de aproximação e reconciliação entre os moçambicanos.

 

Governo realça papel da religião da construção da Paz em Moçambique

 MG 9681A Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religioso, Helena Kida, realçou o importante papel desempenhado pelas confissões religiosas na construção da Paz em Moçambique. Segundo a governante, a paz em Moçambique é fruto de décadas de esforços conjuntos, e “as confissões religiosas sempre desempenharam um papel crucial nesta trajetória”.

Falando no seu discurso de abertura no simpósio, afirmou que as confissões religiosas em Moçambique partilham valores de respeito mútuo, dignidade humana, compaixão e amor ao próximo. “Estes valores não são apenas espirituais, mas também sociais, e são fundamentais para a edificação de uma sociedade pacífica”.

Nestes termos, Helena Kida entende que as confissões religiosas “têm mostrado que podem caminhar juntas, colaborando na construção de um futuro melhor para todos”, por isso, a diversidade destas “deve ser vista como uma riqueza, um reflexo da pluralidade cultural que é a essência da nossa bela Pátria Amada”.

Na ocasião, Helena Kida recordou aos lideres religiosos presentes no evento, que estes têm a “responsabilidade e o privilégio” de orientar as suas comunidades para a construção de uma cultura de paz, onde o respeito pela dignidade humana seja o pilar de todas as nossas acções.

O simpósio foi organizado pelo Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, com o apoio do IMD, no contexto da implementação do projecto PRO-PAZ- Cultura para Promoção da Paz, Reconciliação e Coesão Social, financiado pela União Europeia.

Construção da Paz em Moçambique exige mais do que soluções imediatas

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