be3d6c7c f37e 4a8d 8a61 8e8e8577f311O Diretor Executivo do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), Hermenegildo Mulhovo, defende a necessidade de as organizações da sociedade civil (OSC) se anteciparem às mudanças e diversificarem os seus recursos, por forma a poderem sobreviver num contexto constantemente marcado por transformações. Mulhovo defendeu esta posição intervindo nesta sexta-feira, 16 de maio, segundo de dois dias do Congresso Nacional das Organizações da Sociedade Civil, que teve lugar na cidade de Maputo.

De forma informal e provocadora, Mulhovo apresentou o que chamou de “modelo de piquenique”, trazendo reflexões diretas e acessíveis sobre os desafios que ameaçam a sobrevivência de muitas OSC em Moçambique e no mundo. Para ele, a sustentabilidade das organizações exige mais do que apenas resiliência. "Exige antecipação estratégica, inovação na mobilização de recursos e reformas estruturais internas”, disse.

Num momento marcante da sua intervenção, Mulhovo comparou as OSC a um sapo. “O sapo tem órgãos sensoriais para captar movimentos rápidos, mas não percebe as mudanças lentas. Se o colocarmos numa plataforma que aquece aos poucos, ele morre sem perceber o perigo”, explicou. A metáfora serviu para ilustrar como muitas OSC são surpreendidas por mudanças previsíveis, como a redução de fundos de cooperação internacional, por falta de análise estratégica contínua. “Temos que perceber os movimentos invisíveis e lentos que afetam o ambiente global de financiamento, para não sermos apanhados de surpresa”, alertou.

Respondendo à pergunta sobre como as OSC podem reduzir a dependência de doadores internacionais, o Diretor Executivo do IMD defendeu a diversificação das fontes de financiamento não apenas em termos de número de parceiros, mas também na natureza do apoio.

Mulhovo sugeriu maior criatividade, incluindo parcerias com o setor privado, uso de filantropia nacional (horizontal) e acesso a novas modalidades de cooperação, que estão se tornando cada vez mais mercantilizadas. “Já não falamos apenas de doações. A cooperação internacional está a mudar, e temos que nos adaptar a isso para continuar a ser elegíveis a outros tipos de financiamento”, destacou.

Mulhovo também abordou a importância de rever a arquitetura interna das OSC. “Temos estruturas pesadas, exigências estatutárias que consomem recursos, mas que não são impostas pela lei. Precisamos de modelos mais leves e funcionais”, sugeriu.

Quanto à governança e transparência, elementos fundamentais para ganhar a confiança de financiadores e das comunidades, ele defendeu a profissionalização das equipas, a valorização dos quadros e a criação de sinergias com outras organizações, sobretudo através de consórcios.

Além do Director Executivo do IMD, o Painel 3 do Congresso Nacional das OSC (Competências das OSCs: Impacto e Sustentabilidade em um Contexto de Transformação), contou também com intervenções dos especialistas Kátia Taela e Rajabo Chimalawoonga, bem como com o Director do CDD, Adriano Nuvunga. Este Painel teve a moderação do Director Executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale.

O Congresso das OSC é uma iniciativa conjunta do programa PROCÍVICO e Direitos Humanos, implementado pelo IMD, MASC, CESC e CDD, e financiado pelo Governo da Finlândia, e da JUNTOS, uma plataforma de aprendizagem e conhecimento da sociedade civil que agrega 27 OSC, apoiada pela Fundação Aga Khan e pela Fundação "la Caixa".

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